Zambiapunga e Terreiro Tumba Junsara são declarados Patrimônio Cultural da Bahia

Zambiapunga
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Dois importantes símbolos de história, identidade e resistência, a manifestação popular Zambiapunga e o terreiro da nação Angola, Tumba Junsara, são oficialmente Patrimônios Culturais do estado da Bahia. Os decretos, assinados pelo governador Rui Costa, foram publicados na edição desta sexta-feira (30), do Diário Oficial do Estado. A partir disto, o bem cultural Zambiapunga é registrado como Patrimônio Imaterial da Bahia, e o Tumba Junsara tombado como Patrimônio Material da Bahia.

Presente em municípios do Baixo Sul baiano, como Cairú, Nilo Peçanha, Taperoá e Valença, a manifestação Zambiapunga liga-se profundamente a aspectos culturais e religiosos importados do continente africano, mais especialmente, dos povos de língua Banto. Tradicionalmente, o grupo sai às ruas na véspera do Dia de Finados, vestindo roupas coloridas e máscaras, dançando e despertando a população. A manifestação será inscrita no Livro do Registro Especial das expressões Lúdicas e Artísticas, do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC).

Considera-se que a palavra Zambiapunga vem de Zambiapombo, Nzambi Mpungu, Zambi e Nzambi, originárias dos povos Bantu, de onde veio também a tradição do candomblé da nação angola na Bahia. Esses entes sacros seriam correlatos ao deus Olorum do candomblé Ketu, e é sincretizado no catolicismo ao Senhor do Bonfim. Os bantus são originários de Angola e Congo, na África.

Entre os mais antigos terreiros de tradição angola no Brasil, fundado por Manoel Rodrigues do Nascimento e Manoel Ciríaco de Jesus, em 1919, na cidade de Santo Amaro da Purificação, o Terreiro Tumba Junsara, que desenvolve diversas ações afirmativas com objetivo de difundir a cultura e ancestralidade de matriz Africana, foi transferido para Salvador em 1938. O Tumba Junsara tem ligado a si mais de 500 terreiros em todo o Brasil. São casas fundadas por “filhos espirituais” dele provenientes.

O Tumba Junsara se torna o 11º terreiro a obter o tombamento definitivo como Patrimônio Cultural Material da Bahia.  Antes, já foram patrimonializados os terreiros São Jorge da Goméia, Ilê Axé Oxumaré, Pilão de Prata, Ilê Axé Opô Aganju, Ilê Axé Alabaxé, Ilê Axé Ajagunã, Rumpame Ayono Runtólogi, Manso Kilemberkweta Furamam, Mokambo, e Ilê Asipa.